quarta-feira, 16 de novembro de 2011

. História da escrita: o papel da imprensa

Com os sistemas de escrita relativamente definidos e a questão do suporte universalizada estão reunidas as condições para o registo em forma de livro tal como o conhecemos hoje. Um processo obviamente lento e numa escala muito reduzida, uma vez que era feito manualmente e por especialistas, que não abundavam. E isto durante muito tempo, até ao século XV, quando Gutenberg operou uma verdadeira revolução na história da divulgação do conhecimento, até então adstrito a uma elite. Falamos, pois claro, da invenção da imprensa, um dos inventos mais importantes da humanidade. Para mais detalhes sobre a relevância do momento, terá de ser tu mesmo a investigar. Entretanto, deixamos-te um vídeo inspirador:

. Papel - processo de fabricação -

.O papel




A palavra papel é originária do latim "papyrus", nome dado ao vegetal a partir do qual os egípcios, há 2400 anos, fabricavam o papiro cuja história já conheces. No entanto, foram os chineses os primeiros a fabricarem o papel tal como o conhecemos hoje, por volta do século VI a.C.: um papel de seda branco próprio para pintura e para escrita. O papel produzido após a proclamação da invenção apenas se diferencia deste pela matéria prima utilizada.

O primeiro papel que se conhece é atribuído a T'sai Lun, um oficial da Corte Imperial Chinesa (150 d.C.), que recorreu à polpação de redes de pesca e de trapos, para mais tarde recorrer ao uso de vegetais. Esta técnica foi mantida em segredo pelos chineses durante quase 600 anos. O uso do papel estendeu-se até os confins do Império Chinês, acompanhando as rotas comerciais das grandes caravanas. Até então, a difusão da fabricação do papel foi lenta.


Em 751 (d.C), quando os árabes, instalados em Samarkanda, grande entreposto das caravanas provinientes da China, aprisionaram 2 chineses que conheciam a arte do papel e a trocaram pela sua liberdade, dá-se o fim do monopólio chinês e o início da produção de papel em Bagdá (795 d.C.). Uma produção que viria a expandir-se ao mesmo ritmo da expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica. Daí que os primeiros moinhos papeleiros europeus tivessem aparecido em Espanha, em Xativa e Toledo (1085).


A partir daí, o papel foi introduzido em Itália, via Sicília e Palestina, até chegar a França, em 1184, e a outros paises que começaram a estabelecer as suas manufaturas nacionais. Para se mundializar, com a sua chegada às Américas, muito mais tarde, por intermédio das potências colonizadoras.

Entretanto, e no que diz respeito ao processo de fabricação propriamente dito, no fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos desintegrando-os até o estado de fibra. O uso dessa máquina, que passou a chamar-se "holandesa", foi-se propagando e chegou até os nossos dias sem que os sucessivos aperfeiçoamentos tenham modificado a ideia original. Uma evolução que conhece um ponto de viragem fundamental em finais do século XVIII e princípios do século XIX, quando a indústria do papel passa a poder contar com máquinas de produção contínua e com o uso de pastas de madeira.

domingo, 6 de novembro de 2011

. Outros sistemas de escrita: China, Japão, Índia e México

Para lá dos esforços no médio oriente que temos vindo a estudar, mas seus contemporâneos, temos outros sitemas de escrita não alfabética que permaneceram desconhecidos por muito tempo devido ao isolamento das regiões de onde são originais. Falamos da China, do Japão, da Índia e, este muito mais tarde, das regiões que coincidem hoje com o sul do México.


A escrita chinesa surge no século XIV antes de Cristo, em Anyang, província de Henan. Conta com 49.905 símbolos, dos quais 3 mil são de uso habitual. O sentido de leitura, originalmente vertical, é desde o século XX horizontal, da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita. O seu funcionamento é ideofonográfico - combina ideogramas, fonogramas e grafemas - e é usado pelas línguas chinesa, japonesa e coreana.



O sistema japonês baseia-se em símbolos silábicos, os kana, geralmente apresentados sob a forma de uma tabela de cinquenta sons, onde figuram as cinco vogais do japonês e suas combinações com sete consoantes. Para cada sílaba vê-se o hiragana em primeiro lugar e só depois o katakana. O hiragana é indispensável para formar os elementos gramaticais e indicar a pronúncia japonesa dos caracteres chineses. O outro, katakana, serve para transcrever as palavras de origem estrangeira. Não se usam espaços entre as palavras, mas o contraste entre caracteres silábicos e chineses funciona para facilitar a leitura. A história da escrita japonesa, de sistema misto, é exemplar, porque mostra como a evolução dos caracteres está ligada à história da sociedade. A evolução desse sistema continua em curso, com a sua adaptação ao uso informático. O sentido de leitura é vertical, da direita para a esquerda, para a literatura e imprensa; e horizontal, da esquerda para a direita, para textos oficiais ou científicos.



Embora não se saiba quando surgiu, o sistema indiano - Brhami silábico - foi descoberto em 250 d.c.. É composto por 39 símbolos principais - vogais e consoantes isoladas - e símbolos para as ligações entre os primeiros. É a base de muitos subsistemas indianos atuais, como o Hindi.



A escrita nahuatl, asteca, surge no século XIII no Vale do México. O número de símbolos ainda não está quantificado. Apenas se sabe que era um sistema não alfabético utilizado por vários povos pré-colombianos e que se lia em todos os sentidos. Desapareceu em 1521, com a chegada dos Espanhois e só começou a ser sistematizada há quatro décadas.

sábado, 29 de outubro de 2011

. A biblioteca de Alexandria

A palavra biblioteca surge por referência a Byblo, a cidade fenícia onde se comprava o papiro. Os gregos chamavam byblo ao papiro, e byblias aos rolos de madeira em que eram conservados os papiros escritos. Mais tarde, surgem as casas onde se guardavam as byblias, as bibliotecas. Por ter sido a mais importante no início da chamada civilização ocidental, fica um vídeo sobre a biblioteca de Alexandria.


. A História da Escrita: os alfabetos




Paralelamente à questão do suporte está a escrita propriamente dita, um sistema de representação simbólica que tem origem nos primeiros pictogramas, representações de formas concretas, passando pelos ideogramas, representações de ideias, até às palavras e à escrita alfabética em que cada letra representa um som.
Muito embora não se conheça uma data precisa, existem vestígios de que as primeiras tentativas para criar uma nova forma de escrever, mais rápida e fácil de aprender, tenham ocorrido entre o povo de Ugarit (Síria), que desenvolveu um alfabeto composto por vinte e cinco a trinta signos cuneiformes, e uma população da costa sírio-palestina, os fenícios, que compôs um alfabeto com vinte e duas letras. Por onde quer que os Fenícios fossem, por razões comerciais, levavam consigo esta nova invenção, que acelerou todo o processo de criação dos sistemas de escrita. Deste modo, diferentes povos criaram para si, em conformidade com as suas próprias línguas, novos alfabetos. Assim nasceu uma complexa família de alfabetos, de entre os quais se destacam o alfabeto etrusco, o cirílico, a escrita hebraica e a aramaica:
. o alfabeto etrusco do século VIII, composto por vinte letras era semelhante a um alfabeto grego primitivo utilizado pelos Dórios da Sicília.
. o alfabeto cirílico, do século X d. C., é uma adaptação do antigo alfabeto grego e foi adotado pelos povos eslavos da Rússia, Bulgária e Sérvia. As primeiras quarenta e três letras derivavam de combinações entre o hebraico e o grego do tempo de S. Cirilo (827-869).
. a escrita quadrangular hebraica, base da escrita da cultura judaica, é composta por vinte e duas letras que se inscrevem numa moldura retangular invisível, da direita para a esquerda.
. o aramaico, a língua de cristo de onde derivaram uma série de escritas diversificadas, como a escrita arábica dos pastores nômadas da Península Arábica, assentava num alfabeto composto por vinte e nove letras.

. A História da Escrita: o contributo romano e fenício




À descoberta dos egípcios, o papiro, os romanos introduzirem uma inovação fundamental: a aplicação de cola de amido para unir as fibras. E assim se registou a escrita por toda a Europa até ao século VIII d.c.
A substituição do papiro pelo pergaminho virá a ocorrer mais tarde, quando os Fenícios deixaram de exportar as folhas de papiro para a Ásia. Foi então que o Rei de Pérgamo ordenou aos seus sábios que estudassem um tipo de material que pudesse substituir o papiro. Do trabalho destes nasceu o pergaminho, assim denominado por ter surgido na cidade de Pérgamo.
O pergaminho era obtido a partir das peles de animais (como as ovelhas e as cabras), depois de esticadas, secas e polidas, após um banho em cal, por forma a evitar o mau cheiro. Já secas, as peles eram esfregadas dos dois lados com ajuda de argila e pedra-pomes.
Este novo processo de obtenção de material para escrita tinha a vantagem de ser mais duradouro e de permitir a reunião das várias folhas em formato de livro. Comparativamente ao anterior suporte representava, de facto, uma grande evolução. Daí não se registarem grandes mudanças no processo até 1800 d.c., altura em surge o papel.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

. Como se faz o papiro

. A História da Escrita - os egípcios



Um pouco mais tarde, cerca de 3000 anos antes da nossa era, enquanto os Sumérios desenvolviam a escrita cuneiforme, os Egípcios desenvolveram uma forma de pictografia assente em pictogramas (várias imagens figurativas que representam coisas), fonogramas (símbolos que representam sons) e outros signos determinantes em escrita ideográfica, sem vogais. Meticulosamente gravados, os hieróglifos associavam símbolos fonéticos às imagens de objetos reais.
Este sistema de escrita recebeu a designação de "hieroglífica" - do grego hieros, que significa sagrado, e ghyhhein, que significa gravar - porque foi criado para servir os rituais religiosos. Além dos túmulos e templos, foi usada nos monumentos estatais, nas comemorações de acontecimentos militares e até para registrar agradecimentos aos governantes. Como acontece, por exemplo, com a pedra de Roseta (cf. figura acima).
A escrita hieroglífica era utilizada nos documentos da vida pública e nas inscrições mais importantes. Para o dia-a-dia, os Egípcios desenvolveram, por volta de 2400, a escrita hierática, uma forma simplificada de hieróglifos. A escrita hierática, cursiva, também era utilizada pelos sacerdotes nos textos sagrados.
A dada altura, a escrita hierática também deixou de responder à procura e exigências do quotidiano. Foi então que este povo idealizou a escrita demótica - do povo -, por volta de 500 anos antes da nossa era. Trtava-se de uma redução da escrita hierática que, por sua vez, já era uma redução da hieroglífica.
Relativamente ao suporte, há a registrar uma evolução, no sentido da multiplicação, e que vai desde as inscrições de objetos em barro cozido, passando pelas pinturas nas paredes dos templos e das câmaras funerárias, em pedra e madeira, até à utilização do papiro nos manuscritos.



O papiro – invenção atribuída ao povo egípcio –, foi o material mais importante para este segundo sistema de escrita. A escassez de pedra para as placas utilizadas na construção das pirâmides, fez com que se encontrasse um novo suporte. Mesmo ali ao lado, nas plantas papiros que cresciam nas terras pantanosas da foz do Nilo e cujos caules chegavam a ter quatro metros de altura.

. O que é a escrita cuneiforme



A escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos sumérios por volta de 3500 a.c., sendo a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. É juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo de escrita conhecido. Inicialmente a escrita representava formas do mundo (pictogramas), tornando-se cada vez mais simples e abstratas.

Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas de argila, em sequências verticais de escrita com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Um processo que se tornou mais rápido quando as pessoas começaram a escrever em sequências horizontais (rotacionando os pictogramas no processo) e com um novo estilete em cunha inclinada, usado para empurrar o barro enquanto produzia sinais em forma de cunha. Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos. Para delícia dos arqueólogos, as tábuas cuneiformes eram cozidas em fornos de modo a tornarem o registo permanente.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

. A civilização suméria e o surgimento da escrita


. História da Escrita - as tábuas de argila de Uruk -



As primeiras grafias verbais apareceram na Suméria, a escrita cuneiforme. São traços em forma de cunho horizontais, verticais ou inclinados e possuem cerca de 5000 anos. Os textos mais antigos que se conhecem foram escritos em tábuas de argila e procedem de Uruk. São anotações de contabilidade, com números e palavras. Inicialmente a escrita representava formas existentes, eram pictogramas, que se foram progressivamente transformando em mais simples e abstratas. Até às palavras com sílabas, já em 2600 a.c.. Foram encontrados certificados legais, escrituras sagradas, contabilidades várias, contratos e textos literários. A Mesopotâmia era bilingue no terceiro milénio. No sul predominava o sumério, no norte as línguas semíticas, como o akadio, que também utilizavam sinais sumérios. A escrita cuneiforme, essa, foi adotada pelos acadianos, babilónicos, elamitas, hititas, assírios, antigos persas, ao longo da Mesopotâmia Meridional, e adaptada para escrever nos seus próprios idiomas.

domingo, 23 de outubro de 2011

. A importância do registo escrito na fixação e difusão do conhecimento



Sem escrita a memória coletiva não seria a mesma. Sem ela, o saber, ou grande parte dele, não seria registado de modo a transitar de geração para geração. O saber, o próprio, não seria o mesmo. A necessidade de registar o saber acumulado e a sua difusão não foram, no entanto, a principal razão para que há 3.500 anos atrás, na Suméria, tivessem sido dados os primeiros passos na construção de um sistema de comunicação simbólica. Mas a necessidade de contabilizar os produtos comercializados e os impostos recebidos, assim como o levantamento da estrutura das obras do estado que permitisse realizar os cálculos geométricos. Em que consistiu esse primeiro esforço e os desenvolvimentos que sofreu ao longo da história até aos dias de hoje, a era digital, é o que trataremos nas postagens que se seguem.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

. A noção de "Paradigma" e "Revolução Científica" segundo Thomas Kuhn




Quando um cientista propõe uma teoria de tal modo poderosa que toda a comunidade de investigadores se une em seu torno, surge um paradigma. A Física, de Aristóteles, o Almageste, de Ptolomeu, os Princíos e a Óptica, de Newton, são algumas das obras que Kuhn considera terem instituído novos paradigmas na história da ciência. Obras como estas tornaram-se paradigmas porque, além de terem solucionado questões que antes dividiam os investigadores, proporcionam um exemplo ou modelo de investigação científica a partir do qual os cientistas podem desenvolver a sua actividade. Um paradigma institui toda uma maneira de fazer física, astronomia, química, geologia... e inclui os seguintes componentes:




1. Leis e pressupostos teóricos fundamentais





2. Regras para aplicar as leis à realidade





3. Regras para usar instrumentos científicos




4. Princípios metafísicos e filosóficos





5. Regras metodológicas gerais




Uma revolução científica corresponde à aceitação, pela comunidade científica, de um novo paradigma, absolutamente diferente e incompatível com o anterior. Cada paradigma apresenta-nos um mundo constituído por objectos diferentes: a química anterior a Lavoisier, por exemplo, afirmava que na natureza existia uma substância chamada flogisto que explicava a combustão, mas no paradigma de Lavoisier o flogisto desapareceu.

domingo, 9 de outubro de 2011

. Geocentrismo versus Heliocentrismo

Estávamos no ano de 150 d.c. quando Ptolomeu propõe a sua cosmografia. Trata-se do modelo geocêntrico que defende, como a palavra indica, que a Terra está no centro do Universo. O Sol, bem como todos os planetas girariam à sua volta. A visão de Ptolomeu, como não podia deixar de ser, baseia-se nas observações do quotidiano: no movimento aparente das estrelas e na ilusão de um Sol que se levanta a Este e se deita a Oeste. Se reparares, ainda hoje falamos como se assim fosse: vamos ver o Sol nascer e assistir ao põr do Sol, o que de facto não acontece. Muitos anos mais tarde, em 1543, Copérnico virá a denunciar isso mesmo, sendo então responsável, contra tudo o que era defendido pela Igreja, pela primeira ferida narcísica da humanidade: nós não estamos no centro, mas o Sol, à volta do qual giram todos os astros, chama-se por isso Modelo Heliocêntrico. Como se isso não bastasse, Copérnico também revela que a Terra gira em torno do seu próprio eixo, contrariando as teorias oficias e causando o pânico geral. Afinal, não somos o centro do Universo, nem estamos parados, como mostram os sentidos. A sua ideia foi mais tarde apoiada por Galileu em 1609, por Newton em 1687, por Edmund Halley em 1705 e por Bessel em 1838. Se interessas pelo tema, não te esqueças de investigar as respectivas biografias. Entretanto, vê o vídeo abaixo.





sexta-feira, 7 de outubro de 2011

. A Teoria do Big Bang




Uma das teorias científicas mais aceite para explicar a origem do universo é a teoria do Big-Bang ou da Grande Explosão. Em 1916 Albert Einstein publicou a teoria da relatividade, onde dizia que o universo se estaria expandindo, ou então contraindo, contrariando a idéia de que o universo seria estático ou inerte, aceite até então. A partir daí, diversas pesquisas foram feitas com a ajuda de telescópios, e os cientistas puderam deduzir que o universo realmente se expandia, porém de modo ordeiro.

Para entendermos a idéia do Big-Bang devemos fazer o caminho contrário. Ou seja, se ao invés de o universo se expandir a todo momento, ele fosse contraído, todo o universo convergiria, até voltarmos a um único ponto de origem, o ponto inicial de matéria. Há uns 15 a 20 bilhões de anos atrás o universo não existia, nem o espaço vazio, nem mesmo o tempo. Tudo o que havia era uma esfera extremamente pequena, do tamanho da ponta de uma agulha. E esse pontinho há cerca de 18 bilhões de anos teria explodido formando o universo atual. Essa explosão aconteceu numa fração de segundos, inflando o universo numa velocidade muito superior à da luz.

Essa explosão causou a expansão do universo, a qual é observada até os dias atuais, o que traz grandes reforços a teoria do Big-Bang. Após o Big-Bang, e a partir da matéria proveniente dele, foram-se formando as constelações. Os planetas ter-se-iam formado a partir de restos de nuvem cósmica que surgiram após a grande explosão.

Apesar de ser uma tendência investir na teoria do Big-Bang, temos de considerar que o argumento que o endossa possa ser um fenômeno regional. Ou seja, que essa expansão esteja acontecendo apenas nos limites observáveis do universo, até o alcance do mais potente telescópio, o Hubble. Diante disso, existe a possibilidade desse fenómeno não se verificar em todo o universo. Nesse caso, o que até hoje foi observado seria somente um processo de dilatação regional de causa ainda desconhecida.



Fonte: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/496537-teoria-da-grande-explos%C3%A3o-big/#ixzz1a6LgJMnM



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

. O prémio nobel da Física e o abalo das bases da cosmologia




O prémio nobel da Física deste ano - 2011 - foi atribuído a três cientistas norte-americanos que trabalham no domínio da Astrofísica e cujas investigações obrigam a rever as "certezas" que temos em relação à evolução do Universo. Para mais detalhes, consulta http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51253&op=all

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

. Cosmogonias

Cosmogonia (do grego κοσμογονία; κόσμος "universo" e -γονία "nascimento") é o termo que abrange as diversas lendas e teorias sobre a origem do universo de acordo com as religiões, mitologias e ciências através da história.



As várias visões religiosas


Até o iluminismo as pessoas mais esclarecidas das várias culturas eram os sacerdotes, a quem cabia responder às indagações sobre a origem do universo e a causa dos fenómenos à volta do homens. Assim, as diversas religiões construiram seus mitos para explicar a criação do mundo.





A versão judaico-cristã


A Tora e a Bíblia apresentam, nos versículos 1 a 19 do primeiro capítulo do livro de Gênesis, o relato da criação dos céus e da Terra atribuído a Javé (outro nome de Deus), o Deus único e omnipotente, que teria executado a obra em seis dias e descansado no sétimo, tornando-o sagrado.



Aos Egípcios A terra surgiu do Nilo -

No Egipto Antigo existem vários mitos sobre a criação, contam-se pelo menos 10 divindades criadoras.

Antes de todas as coisas, não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano, à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida).




Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gémeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar húmido). Estes separaram o céu das águas e geraram Geb – a terra seca e Nut – o céu. 



Na Grécia


No início era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais profunda dos infernos) e Nyx (a noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera ( o dia).


Depois Gaia (terra) tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Úrano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens).

No Japão (Xintoismo)
Como todas as mitologias, o Xintoísmo também explica o surgimento do universo: considera que tudo teve origem numa amorfia (ausência de forma) desordenada denominada CAOS.

Deste Caos separaram-se o céu, duas forças fundamentais antagónicas, o Ying e o Yang do Taoísmo, e 5 grandes deuses


IZANAGI & IZANAMI são os seres criadores do arquipélago do Japão, no caso o mundo, e das inúmeras entidades secundárias, muitas das quais associadas a cada ilha.

Com a orientação dos deuses mais antigos e em poder da Lança Celeste modelam a massa disforme que era o mundo e dão origem a 10 filhos que representam elementos da natureza.


A criação do mundo na visão dos nórdicos


O Frio e o Calor são o princípio de tudo. O frio era Nilfheim, um mundo de escuridão, frio e névoa. O caso oposto é o cálido, o calor chamado Muspell, o mundo do eterno calor.

Ginnungagup existia entre estes dois mundos, ou seja, aqui havia um grande vazio que ele preenchia. Em Ginnungagup surgiu a vida, ao encontrarem-se o céu de Niflheim e o fogo de Muspell.


Entre o frio e o calor dessa união nasceram primeiro o ogro Ymir ou Aurgelmir, e mais tarde a vaca gigante Audumbla. Ymir alimentou-se do leite de Audumbla, e do seu suor nasceu um casal de gigantes, e dos seus pés um filho. Essa foi a origem do seu embrião, chamados yotes.


Audumbla pode viver lambendo o gelo salgado, fazendo isto ela dá forma a outro ser primal, Búre, que gera um filho, Bor. Bor casa-se com Bestla, a filha do gigante Bolþorn. Dessa união nasceram três deuses: Odin, Vile e Ve. Mais tarde, os três irmãos mataram Ymir, e do seu corpo criaram a terra, do seu sangue o mar, dos seus ossos as montanhas, do seu crânio o céu (com um anão em cada canto, como se estivessem segurando-o), dos seus cabelos as árvores, do seu cérebro as nuvens. Fagulhas de Muspell formaram as estrelas e os corpos celestiais, e os deuses ordenaram seus movimentos, determinando as divisões do tempo. A terra foi circundada por um vasto oceano.




Esse novo mundo foi chamado de Midgard, uma residência para a humanidade, fortificada por uma cerca feita pelas sobrancelhas de Ymir, e eles deram as terras no litoral para os gigantes se estabelecerem.


Criaram no centro de Midgard, para que os homens não se sentissem sós, o mundo dos asas, Asgard, em cujo centro crescia um grande freixo chamado Yggdrasil.


A morte de Yggdrasil podia significar a destruição total do mundo, porque esta era a árvore da vida.


Yggdrasil é habitada por vários animais. Na sua copa vive uma águia que tem um falcão pousado entre os olhos. Sob seus galhos, cabritos e veados comem dos seus brotos. A raiz que mergulha em Niflheim é roída pelo dragão Nidhogg. Ao longo desta raiz, o esquilo Ratatosk corre para cima e para baixo, levando insultos do dragão Nidhogg para a águia que vive no topo.

A razão dos insultos é porque quando o dragão que vive a roer a raiz começa a prejudicar Yggdrasil, a águia voa até ele e ataca-o ferozmente; enquanto Nidhogg fica a lamber as feridas para sará-las, Yggdrasill se recupera e o ciclo recomeça.

Fontes:
http://www.xr.pro.br/monografias/xinto.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cosmogonia
http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/historia/mitossobrecriacaomundo.htm
http://jarbasmuvucado.blogspot.com/2009/12/criacao-do-mundo-na-visao-dos-nordicos.html


Postado por: Mayros Kobata

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

. Das Cosmogonias às Cosmologias




Muito antes das primeiras tentativas para explicar de forma lógica a origem e constituição do Cosmos, isto é, das primeiras cosmologias, contam-se inúmeras cosmogonias. Uma cosmogonia, ao contrário do que se passa com aquelas, não respeita os princípios da razão nem as observações científicas, preferindo basear-se numa série de mitos, repletos de entidades sobrenaturais, que variam de região para região e de cultura para cultura. E é exatamente por isso, porque variam de acordo com as organizações sociais, isto é, porque são relativas e apresentam respostas distintas para um mesmo problema, que surgiram os primeiros esforços para uma resposta universal e independente dos folclores e religiões.