quarta-feira, 16 de novembro de 2011

.O papel




A palavra papel é originária do latim "papyrus", nome dado ao vegetal a partir do qual os egípcios, há 2400 anos, fabricavam o papiro cuja história já conheces. No entanto, foram os chineses os primeiros a fabricarem o papel tal como o conhecemos hoje, por volta do século VI a.C.: um papel de seda branco próprio para pintura e para escrita. O papel produzido após a proclamação da invenção apenas se diferencia deste pela matéria prima utilizada.

O primeiro papel que se conhece é atribuído a T'sai Lun, um oficial da Corte Imperial Chinesa (150 d.C.), que recorreu à polpação de redes de pesca e de trapos, para mais tarde recorrer ao uso de vegetais. Esta técnica foi mantida em segredo pelos chineses durante quase 600 anos. O uso do papel estendeu-se até os confins do Império Chinês, acompanhando as rotas comerciais das grandes caravanas. Até então, a difusão da fabricação do papel foi lenta.


Em 751 (d.C), quando os árabes, instalados em Samarkanda, grande entreposto das caravanas provinientes da China, aprisionaram 2 chineses que conheciam a arte do papel e a trocaram pela sua liberdade, dá-se o fim do monopólio chinês e o início da produção de papel em Bagdá (795 d.C.). Uma produção que viria a expandir-se ao mesmo ritmo da expansão muçulmana ao longo da costa norte da África até a Península Ibérica. Daí que os primeiros moinhos papeleiros europeus tivessem aparecido em Espanha, em Xativa e Toledo (1085).


A partir daí, o papel foi introduzido em Itália, via Sicília e Palestina, até chegar a França, em 1184, e a outros paises que começaram a estabelecer as suas manufaturas nacionais. Para se mundializar, com a sua chegada às Américas, muito mais tarde, por intermédio das potências colonizadoras.

Entretanto, e no que diz respeito ao processo de fabricação propriamente dito, no fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos desintegrando-os até o estado de fibra. O uso dessa máquina, que passou a chamar-se "holandesa", foi-se propagando e chegou até os nossos dias sem que os sucessivos aperfeiçoamentos tenham modificado a ideia original. Uma evolução que conhece um ponto de viragem fundamental em finais do século XVIII e princípios do século XIX, quando a indústria do papel passa a poder contar com máquinas de produção contínua e com o uso de pastas de madeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário