segunda-feira, 9 de abril de 2012

. Cérebro



O cérebro é constituído por dois hemisférios, o esquerdo e o direito, ligados pelo corpo caloso. Cada hemisfério é composto por quatro lobos - occipital, parietal, temporal e frontal - que têm funções específicas.
O cortex cerebral é a camada cinzenta que cobre os hemisférios cerebrais. Aí existem dois tipos de áreas: áreas sensoriais ou primárias e áreas psicossensoriais ou secundárias. As áreas sensoriais recebem informações provenientes dos orgãos dos sentidos que chegam ao cérebro e emite-as para as áreas secundárias. As áreas psicossensoriais interpretam, organizam e coordenam as informações provenientes das áreas primárias

Áreas primárias
Área Motora - responsável pelos movimentos do corpo
Área Visual - recebe os dados sensoriais provenientes dos olhos, possibilita a visão, a forma, a cor e o movimento dos objectos
Área Auditiva - recebe os sons elementares possibilitando a audição
Área Sensorial- possibilita a recepção de sensações como o tacto, a dor, o calor, o frio...


Áreas secundárias: psicomotora, psicovisual, psicoauditiva, psicossensorial


Unidade Funcional do Cérebro
O facto de o cérebro estar dividido em dois hemisférios e áreas com papeis disitintos não significa , como se pensou durante muito tempo, que não exista interacção entre eles. A prova disso mesmo é que existem actividades mais complexas, como ler, que implicam a aintervenção simultânea de diferentes áreas e dos dois hemisférios. Além disso, existe a função de suplência ou vicariante, isto é, se uma zona for lesionada, a sua função poderá ser substituída por uma área vizinha. Ficando assim provado que o cérebro não é um somatório de áreas sem comunicação entre si, mas uma unidade funcional e integrada.

. Sistema Nervoso Central


O SNC é constituído pela medula espinal e pelo encéfalo.

A medula espinal encontra-se no interior da coluna vertebral e desempemha duas funções fundamentais: de coordenação e condução. É a medula espinal que coordena, por exemplo, o reflexo sensoriomotor: resposta imediata, involuntária e automática a um estímulo, sem qualquer intervenção do cérebro (ex. quando afastamos a mão do fogo). Para lá da função de coordenação, a espinal medula conduz a informação do cérebro para a periferia e da peroferia para o cérebro.

O encéfalo encontra-se no interior do crânio, acima da medula espinal, e é constituído por diferentes estruturas: hipófise, hipotálamo, corpo caloso, córtex cerebral, tálamo, formação reticular, cerebelo, bolbo raquidiano...

Hipófise - glândula que controla e dirige a actividade do sistema endócrino
Hipotálamo - regula o sistema endócrino, a fome, a sede, o impulso sexula...
Corpo caloso - liga os dois hemisférios
Córtex cerebral - controla os movimentos voluntários, a percepçãp, o pensamento...
Tálamo - recebe e transmite informação de e para o córtex cerebral
Formação reticular - papel importante na atenção, memória, sono e estado de alerta
Cerebelo - coordena os movimentos e assegura a manutenção do equilíbrio

domingo, 26 de fevereiro de 2012

. Sistema Nervoso Periférico



O SNP é constituído por um conjunto de nervos que estabelecem relações entre o Sistema Nervoso Central e o resto do organismo. É graças ao SNP que o cérebro e a medula espinal recebem e enviam informações que nos permitem reagir aos estímulos do meio interno e externo. Trata-se de um sistema constituído por outros dois sistema, o Somático e o Autónomo.


SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO: assegura as relações entre o Sistema Nervoso Central e o meio. É constituído por nervos de três tipos: sensoriais - enviam informações da periferia ao SNC -, motores - conduzem as mensagens do SNC para os músculos e glândulas - e de conexão, que ligam os dois primeiros.


SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO: regula o funcionamento do meio interno do organismo. É independente do SNC, regulando de modo automático e involuntário o funcionamento dos orgãos internos. Daí que não tenhamos consciência de grande parte das funções controladas por este sistema, como o batimento cardíaco e a respiração... É constituído por duas dicisões: divisão simpática - é mobilizada quando o organismo precisa de mais energia, como nas situações de stress ou medo... - e divisão parassimpática - reduz a atividade do organismo, conservando a energia, e domina os períodos de relaxamento e calma -.

. Sistema Nervoso



. Bases biológicas do comportamento





Grande parte dos processos inicia-se nos orgãos dos sentidos, que captam as informações do meio. Estas informações são interpretadas e tratadas pelo sistema nervoso, que coordena, processa e desenvolve as respostas aos estímulos recebidos. Respostas essas que são efetuadas pelos músculas e glândulas. Daí que possamos falar em três tipos de mecanismos: de receção, de coordenação e de reação:
Mecanismos de receção: orgãos que recebem os estímulos do meio externo ou interno (cinco sentidos...).
Mecanismos de coordenação: estruturas que coordenam as informações recebidas e desenvolvem respostas concretizadas pelos efetores (sistema nervoso central e periférico).
Mecanismos de reação: orgãos responsáveis pelas respostas/reações aos estímulos (músculos e glândulas).

domingo, 12 de fevereiro de 2012

. Níveis de desenvolvimento: filogénese, ontogénese e epigénese



Quando falamos em desenvolvimento do ser humano tanto podemos referir-nos ao desenvolvimento da espécie como ao desenvolvimento do indivíduo. Quando falamos de desenvolvimento da espécie recorremos à palavra filogénese, uma palavra de origem grega cujo étimo remete para os conceitos de phylé (tribo) e génesis (produzir, gerar). Quando falamos do desenvolvimento do indivíduo usamos a palavra ontogénese, também de origem grega: onto (ser) e gen (produzir, gerar).





Filogénese: conjunto de processos de evolução dos seres vivos desde os mais elementares aos mais complexos; é o conjunto de processos biológicos de transformação que explicam o surgimento das espécies e a sua diferenciação.





Ontogénese: desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até ao estado adulto, para alguns autores até à morte.





Durante muito tempo, pensou-se que o desenvolvimento individual - ontogénese -era o reflexo direto da epigénese. Ou seja, que o desenvolvimento individual era exclusivamente determinado pelos factores genéticos, substimando os fatores ambientais - determinismo biológico -. Hoje, já ninguém pensa dessa maneira, o que nos leva a pensar um terceiro conceito: epigénese.





Epigénese: etimologicamente significa "o que se acrescenta ao genoma" e refere-se a tudo o que não é determinado pelo património genético. Dito de outra maneira: os organismos dependem da estrutura genética herdada, mas também das influências que o meio exerce sobre essa mesma estrutura. O embrião desenvolve-se a partir de um estado simples e homogéneo. Neste processo desenvolvem-se potencialidades que não estavam presentes no ovo fertilizado original, mas que se desenvolvem a partir da influência do meio. Como fica provado no caso dos gémeos verdadeiros ou homozigóticos de que já falámos a propósito das noções de genótipo e fénótipo.










sábado, 4 de fevereiro de 2012

. Desenvolvimento: hereditariedade e meio




A formação da personalidade está sujeita à influência de múltiplos fatores. Estes fatores podem ser divididos em dois grandes grupos: hereditariedade e meio.
Por hereditariedade entende-se tudo aquilo que herdamos dos nossos progenitores, as características biológicas e as potencialidades intelectuais inscritas no nosso código genético transmitido através dos cromossomas. A transmissão genética dá-se através de uma célula da mãe - o óvulo - e uma célula do pai - o espermatozóide -, cada uma com 23 cromossomas. Juntas asseguram os 46 cromossomas característicos da espécie humana. Os cromossomas são constituídos por genes que contêm a informação biológica que vai permitir o desenvolvimento de determinadas características do indivíduo. Os genes são constituídos por moléculas de ADN. O código genético é a sequência de genes existentes nos cromossomas e que caracterizam uma determinada espécie. Daí que possamos falar em hereditariedade específica, a informação genética responsável pelas características comuns a todos os elementos de uma mesma espécia, o que nos torna humanos. E a hereditariedade individual, a que nos torna únicos entre todos os elementos da mesma espécie.
O meio, por sua vez, é tudo aquilo que não herdamos, são os mais diversos ambientes com que contactamos desde o momento da concepção - o meio intra-uterino -, ao longo da nossa vida - o meio familiar, o meio social, o meio cultural... -, que estimulam ou reprimem as potencialidades genéticas e assim se tornam igualmente determinantes na pessoa em que nos tornamos. Por exemplo: as condições psicológicas da mãe, assim como a sua alimentação e hábitos não saudáveis, como fumar, têm reflexos negativos no desenvolvimento do feto. Assim como um meio familiar equilibrado será favorável ao desenvolvimento harmonioso da criança.
Durante muito tempo, a questão dividia radicalmente os teóricos. Tínhamos os partidários da hereditariedade, isto é, aqueles que defendiam que o património genético é o grande responsável por aquilo que somos. Também conhecidos por deterministas, por defenderam que somos o resultado inevitável das características biológicas, como se estivéssemos pre-determinados pelo nosso código genético a ser inevitavelmente o que somos. E tínhamos os behavioristas, como Watson que já conheces, convencidos que seria o meio, independentemente das condições biológicas, o único responsável pela personalidade que assim iria sendo moldada no contacto com o meio. Hoje, a discussão já não faz muito sentido, uma vez que todos concordam que somos o resultado mais ou menos equilibrado da tensão entre ambos os factores: hereditariedade e meio. Como fica provado no caso dos gémeos verdadeiros separados à nascença para viver em ambientes distintos: geneticamente iguais, mas com personalidades disitntas. Daí que tenhamos que falar em outros dois conceitos: genótipo e fenótipo.
O genótipo é o conjunto de características que uma pessoa recebe por transmissão genética, a informação genética de cada indivíduo presente no ovo. O fenótipo é o conjunto de caracterísiticas físicas e psicológicas que uma pessoa apresenta, que resulta da combinação entre a herança genética (genótipo) e a influência do meio.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

. O mito de Prometeu




O Céu e Terra já estavam criados. A parte ígnea, mais leve, tinha-se espalhado e formado o firmamento. O ar colocou-se de seguida. A terra, como era mais pesada, ficou por baixo e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra. Neste mundo assim criado, habitavam as plantas e os animais. Mas faltava a criatura na qual pudesse habitar o espírito divino.

Foi então que chegou à terra o Titã Prometeu, descendente da antiga raça de deuses destronada por Zeus. O gigante sabia que na terra estava adormecida a semente dos céus. Por isso apanhou um bocado de argila e molhou-a com um pouco de água de um rio. Com essa matéria fez o homem, à semelhança dos deuses, para que fosse o senhor da terra. Tirou das almas dos animais características boas e más, animando assim a sua criatura. E Atena, deusa da sabedoria, admirou a criação do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito com o sopro divino.

Foi assim que surgiram os primeiros seres humanos, que logo povoaram a terra. Mas faltavam-lhes conhecimentos sobre os assuntos da terra e do céu. Vagueavam sem saber a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não sabiam caçar ou pescar - e nada sabiam sobre a sua origem divina.

Prometeu aproximou-se e ensinou às suas criaturas todos esses segredos. Inventou o arado para o homem poder plantar, a cunhagem das moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a extracção do minério. Ensinou-lhes a arte da profecia e da astronomia, enfim todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade.

No entanto faltava-lhes ainda um último dom para se puderem manter vivos - o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus. Porém, Prometeu apanhou um caule do nártex, aproximou-se da carruagem de Febo (o Sol) e incendiou o caule. Com esta tocha, Prometeu entregou o fogo para a humanidade, o que lhe dava a possibilidade de dominar o mundo e os seus habitantes.

Zeus, porém, irritou-se ao ver que o homem possuíra o fogo e que a sua vontade tinha sido contrariada. Por isso tramou no Olimpo a sua vingança. Mandou que Hefesto fizesse uma estátua de uma linda donzela, a que chamou Pandora - "a que possui todos os dons",(uma vez que cada um dos deuses deu à donzela um dom). Afrodite deu-lhe a beleza, Hermes o dom da fala, Apólo, a música. Vários outros encantos foram consedidos à criatura pelos deuses.

Zeus pediu ainda que cada imortal reservasse um malefício para a humanidade. Esses presentes maléficos foram guardados numa caixa, que a donzela levava nas mãos. Pandora, então, desceu à terra, conduzida por Hermes, e aproximou-se de Epimeteu - "o que pensa depois", o irmão de Prometeu - "aquele que pensa antes" e diante dele abriu a tampa do presente de Zeus. Foi então que a humanidade, que até aquele momento havia habitado num mundo sem doenças ou sofrimentos, se viu assaltada por inúmeros malefícios. Pandora tornou a fechar a caixa rapidamente, antes que o único benefício que havia na caixa escapasse - a esperança.

Zeus dirigiu então a sua fúria contra o próprio Prometeu, mandando que Hefesto e seus serviçais Crato e Bia (o poder e a violência) acorrentassem o Titã a um penhasco do monte Cáucaso. Mandou ainda uma águia devorar diariamente o fígado de Prometeu que, por ser ele um Titã, se regenerava. O seu sofrimento durou por inúmeras eras, até que Hércules passou por ele e viu o seu sofrimento. Abateu a gigantesca águia com uma flecha certeira e libertou o cativo das suas correntes. Entretanto, para que a vontade de Zeus fosse cumprida, o gigante passou a usar um anel com uma pedra retirada do monte. Assim, Zeus sempre poderia afirmar que Prometeu se mantinha preso ao Cáucaso.