sábado, 29 de outubro de 2011

. A biblioteca de Alexandria

A palavra biblioteca surge por referência a Byblo, a cidade fenícia onde se comprava o papiro. Os gregos chamavam byblo ao papiro, e byblias aos rolos de madeira em que eram conservados os papiros escritos. Mais tarde, surgem as casas onde se guardavam as byblias, as bibliotecas. Por ter sido a mais importante no início da chamada civilização ocidental, fica um vídeo sobre a biblioteca de Alexandria.


. A História da Escrita: os alfabetos




Paralelamente à questão do suporte está a escrita propriamente dita, um sistema de representação simbólica que tem origem nos primeiros pictogramas, representações de formas concretas, passando pelos ideogramas, representações de ideias, até às palavras e à escrita alfabética em que cada letra representa um som.
Muito embora não se conheça uma data precisa, existem vestígios de que as primeiras tentativas para criar uma nova forma de escrever, mais rápida e fácil de aprender, tenham ocorrido entre o povo de Ugarit (Síria), que desenvolveu um alfabeto composto por vinte e cinco a trinta signos cuneiformes, e uma população da costa sírio-palestina, os fenícios, que compôs um alfabeto com vinte e duas letras. Por onde quer que os Fenícios fossem, por razões comerciais, levavam consigo esta nova invenção, que acelerou todo o processo de criação dos sistemas de escrita. Deste modo, diferentes povos criaram para si, em conformidade com as suas próprias línguas, novos alfabetos. Assim nasceu uma complexa família de alfabetos, de entre os quais se destacam o alfabeto etrusco, o cirílico, a escrita hebraica e a aramaica:
. o alfabeto etrusco do século VIII, composto por vinte letras era semelhante a um alfabeto grego primitivo utilizado pelos Dórios da Sicília.
. o alfabeto cirílico, do século X d. C., é uma adaptação do antigo alfabeto grego e foi adotado pelos povos eslavos da Rússia, Bulgária e Sérvia. As primeiras quarenta e três letras derivavam de combinações entre o hebraico e o grego do tempo de S. Cirilo (827-869).
. a escrita quadrangular hebraica, base da escrita da cultura judaica, é composta por vinte e duas letras que se inscrevem numa moldura retangular invisível, da direita para a esquerda.
. o aramaico, a língua de cristo de onde derivaram uma série de escritas diversificadas, como a escrita arábica dos pastores nômadas da Península Arábica, assentava num alfabeto composto por vinte e nove letras.

. A História da Escrita: o contributo romano e fenício




À descoberta dos egípcios, o papiro, os romanos introduzirem uma inovação fundamental: a aplicação de cola de amido para unir as fibras. E assim se registou a escrita por toda a Europa até ao século VIII d.c.
A substituição do papiro pelo pergaminho virá a ocorrer mais tarde, quando os Fenícios deixaram de exportar as folhas de papiro para a Ásia. Foi então que o Rei de Pérgamo ordenou aos seus sábios que estudassem um tipo de material que pudesse substituir o papiro. Do trabalho destes nasceu o pergaminho, assim denominado por ter surgido na cidade de Pérgamo.
O pergaminho era obtido a partir das peles de animais (como as ovelhas e as cabras), depois de esticadas, secas e polidas, após um banho em cal, por forma a evitar o mau cheiro. Já secas, as peles eram esfregadas dos dois lados com ajuda de argila e pedra-pomes.
Este novo processo de obtenção de material para escrita tinha a vantagem de ser mais duradouro e de permitir a reunião das várias folhas em formato de livro. Comparativamente ao anterior suporte representava, de facto, uma grande evolução. Daí não se registarem grandes mudanças no processo até 1800 d.c., altura em surge o papel.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

. Como se faz o papiro

. A História da Escrita - os egípcios



Um pouco mais tarde, cerca de 3000 anos antes da nossa era, enquanto os Sumérios desenvolviam a escrita cuneiforme, os Egípcios desenvolveram uma forma de pictografia assente em pictogramas (várias imagens figurativas que representam coisas), fonogramas (símbolos que representam sons) e outros signos determinantes em escrita ideográfica, sem vogais. Meticulosamente gravados, os hieróglifos associavam símbolos fonéticos às imagens de objetos reais.
Este sistema de escrita recebeu a designação de "hieroglífica" - do grego hieros, que significa sagrado, e ghyhhein, que significa gravar - porque foi criado para servir os rituais religiosos. Além dos túmulos e templos, foi usada nos monumentos estatais, nas comemorações de acontecimentos militares e até para registrar agradecimentos aos governantes. Como acontece, por exemplo, com a pedra de Roseta (cf. figura acima).
A escrita hieroglífica era utilizada nos documentos da vida pública e nas inscrições mais importantes. Para o dia-a-dia, os Egípcios desenvolveram, por volta de 2400, a escrita hierática, uma forma simplificada de hieróglifos. A escrita hierática, cursiva, também era utilizada pelos sacerdotes nos textos sagrados.
A dada altura, a escrita hierática também deixou de responder à procura e exigências do quotidiano. Foi então que este povo idealizou a escrita demótica - do povo -, por volta de 500 anos antes da nossa era. Trtava-se de uma redução da escrita hierática que, por sua vez, já era uma redução da hieroglífica.
Relativamente ao suporte, há a registrar uma evolução, no sentido da multiplicação, e que vai desde as inscrições de objetos em barro cozido, passando pelas pinturas nas paredes dos templos e das câmaras funerárias, em pedra e madeira, até à utilização do papiro nos manuscritos.



O papiro – invenção atribuída ao povo egípcio –, foi o material mais importante para este segundo sistema de escrita. A escassez de pedra para as placas utilizadas na construção das pirâmides, fez com que se encontrasse um novo suporte. Mesmo ali ao lado, nas plantas papiros que cresciam nas terras pantanosas da foz do Nilo e cujos caules chegavam a ter quatro metros de altura.

. O que é a escrita cuneiforme



A escrita cuneiforme foi desenvolvida pelos sumérios por volta de 3500 a.c., sendo a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de objetos em formato de cunha. É juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo de escrita conhecido. Inicialmente a escrita representava formas do mundo (pictogramas), tornando-se cada vez mais simples e abstratas.

Os primeiros pictogramas eram gravados em tabuletas de argila, em sequências verticais de escrita com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Um processo que se tornou mais rápido quando as pessoas começaram a escrever em sequências horizontais (rotacionando os pictogramas no processo) e com um novo estilete em cunha inclinada, usado para empurrar o barro enquanto produzia sinais em forma de cunha. Ajustando a posição relativa da tabuleta ao estilete, o escritor poderia usar uma única ferramenta para fazer uma grande variedade de signos. Para delícia dos arqueólogos, as tábuas cuneiformes eram cozidas em fornos de modo a tornarem o registo permanente.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

. A civilização suméria e o surgimento da escrita


. História da Escrita - as tábuas de argila de Uruk -



As primeiras grafias verbais apareceram na Suméria, a escrita cuneiforme. São traços em forma de cunho horizontais, verticais ou inclinados e possuem cerca de 5000 anos. Os textos mais antigos que se conhecem foram escritos em tábuas de argila e procedem de Uruk. São anotações de contabilidade, com números e palavras. Inicialmente a escrita representava formas existentes, eram pictogramas, que se foram progressivamente transformando em mais simples e abstratas. Até às palavras com sílabas, já em 2600 a.c.. Foram encontrados certificados legais, escrituras sagradas, contabilidades várias, contratos e textos literários. A Mesopotâmia era bilingue no terceiro milénio. No sul predominava o sumério, no norte as línguas semíticas, como o akadio, que também utilizavam sinais sumérios. A escrita cuneiforme, essa, foi adotada pelos acadianos, babilónicos, elamitas, hititas, assírios, antigos persas, ao longo da Mesopotâmia Meridional, e adaptada para escrever nos seus próprios idiomas.

domingo, 23 de outubro de 2011

. A importância do registo escrito na fixação e difusão do conhecimento



Sem escrita a memória coletiva não seria a mesma. Sem ela, o saber, ou grande parte dele, não seria registado de modo a transitar de geração para geração. O saber, o próprio, não seria o mesmo. A necessidade de registar o saber acumulado e a sua difusão não foram, no entanto, a principal razão para que há 3.500 anos atrás, na Suméria, tivessem sido dados os primeiros passos na construção de um sistema de comunicação simbólica. Mas a necessidade de contabilizar os produtos comercializados e os impostos recebidos, assim como o levantamento da estrutura das obras do estado que permitisse realizar os cálculos geométricos. Em que consistiu esse primeiro esforço e os desenvolvimentos que sofreu ao longo da história até aos dias de hoje, a era digital, é o que trataremos nas postagens que se seguem.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

. A noção de "Paradigma" e "Revolução Científica" segundo Thomas Kuhn




Quando um cientista propõe uma teoria de tal modo poderosa que toda a comunidade de investigadores se une em seu torno, surge um paradigma. A Física, de Aristóteles, o Almageste, de Ptolomeu, os Princíos e a Óptica, de Newton, são algumas das obras que Kuhn considera terem instituído novos paradigmas na história da ciência. Obras como estas tornaram-se paradigmas porque, além de terem solucionado questões que antes dividiam os investigadores, proporcionam um exemplo ou modelo de investigação científica a partir do qual os cientistas podem desenvolver a sua actividade. Um paradigma institui toda uma maneira de fazer física, astronomia, química, geologia... e inclui os seguintes componentes:




1. Leis e pressupostos teóricos fundamentais





2. Regras para aplicar as leis à realidade





3. Regras para usar instrumentos científicos




4. Princípios metafísicos e filosóficos





5. Regras metodológicas gerais




Uma revolução científica corresponde à aceitação, pela comunidade científica, de um novo paradigma, absolutamente diferente e incompatível com o anterior. Cada paradigma apresenta-nos um mundo constituído por objectos diferentes: a química anterior a Lavoisier, por exemplo, afirmava que na natureza existia uma substância chamada flogisto que explicava a combustão, mas no paradigma de Lavoisier o flogisto desapareceu.

domingo, 9 de outubro de 2011

. Geocentrismo versus Heliocentrismo

Estávamos no ano de 150 d.c. quando Ptolomeu propõe a sua cosmografia. Trata-se do modelo geocêntrico que defende, como a palavra indica, que a Terra está no centro do Universo. O Sol, bem como todos os planetas girariam à sua volta. A visão de Ptolomeu, como não podia deixar de ser, baseia-se nas observações do quotidiano: no movimento aparente das estrelas e na ilusão de um Sol que se levanta a Este e se deita a Oeste. Se reparares, ainda hoje falamos como se assim fosse: vamos ver o Sol nascer e assistir ao põr do Sol, o que de facto não acontece. Muitos anos mais tarde, em 1543, Copérnico virá a denunciar isso mesmo, sendo então responsável, contra tudo o que era defendido pela Igreja, pela primeira ferida narcísica da humanidade: nós não estamos no centro, mas o Sol, à volta do qual giram todos os astros, chama-se por isso Modelo Heliocêntrico. Como se isso não bastasse, Copérnico também revela que a Terra gira em torno do seu próprio eixo, contrariando as teorias oficias e causando o pânico geral. Afinal, não somos o centro do Universo, nem estamos parados, como mostram os sentidos. A sua ideia foi mais tarde apoiada por Galileu em 1609, por Newton em 1687, por Edmund Halley em 1705 e por Bessel em 1838. Se interessas pelo tema, não te esqueças de investigar as respectivas biografias. Entretanto, vê o vídeo abaixo.





sexta-feira, 7 de outubro de 2011

. A Teoria do Big Bang




Uma das teorias científicas mais aceite para explicar a origem do universo é a teoria do Big-Bang ou da Grande Explosão. Em 1916 Albert Einstein publicou a teoria da relatividade, onde dizia que o universo se estaria expandindo, ou então contraindo, contrariando a idéia de que o universo seria estático ou inerte, aceite até então. A partir daí, diversas pesquisas foram feitas com a ajuda de telescópios, e os cientistas puderam deduzir que o universo realmente se expandia, porém de modo ordeiro.

Para entendermos a idéia do Big-Bang devemos fazer o caminho contrário. Ou seja, se ao invés de o universo se expandir a todo momento, ele fosse contraído, todo o universo convergiria, até voltarmos a um único ponto de origem, o ponto inicial de matéria. Há uns 15 a 20 bilhões de anos atrás o universo não existia, nem o espaço vazio, nem mesmo o tempo. Tudo o que havia era uma esfera extremamente pequena, do tamanho da ponta de uma agulha. E esse pontinho há cerca de 18 bilhões de anos teria explodido formando o universo atual. Essa explosão aconteceu numa fração de segundos, inflando o universo numa velocidade muito superior à da luz.

Essa explosão causou a expansão do universo, a qual é observada até os dias atuais, o que traz grandes reforços a teoria do Big-Bang. Após o Big-Bang, e a partir da matéria proveniente dele, foram-se formando as constelações. Os planetas ter-se-iam formado a partir de restos de nuvem cósmica que surgiram após a grande explosão.

Apesar de ser uma tendência investir na teoria do Big-Bang, temos de considerar que o argumento que o endossa possa ser um fenômeno regional. Ou seja, que essa expansão esteja acontecendo apenas nos limites observáveis do universo, até o alcance do mais potente telescópio, o Hubble. Diante disso, existe a possibilidade desse fenómeno não se verificar em todo o universo. Nesse caso, o que até hoje foi observado seria somente um processo de dilatação regional de causa ainda desconhecida.



Fonte: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/496537-teoria-da-grande-explos%C3%A3o-big/#ixzz1a6LgJMnM



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

. O prémio nobel da Física e o abalo das bases da cosmologia




O prémio nobel da Física deste ano - 2011 - foi atribuído a três cientistas norte-americanos que trabalham no domínio da Astrofísica e cujas investigações obrigam a rever as "certezas" que temos em relação à evolução do Universo. Para mais detalhes, consulta http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51253&op=all